Passei o ano novo em Belo Horizonte. Eu estava tão envolvida com as questões do colégio e da família que nem me dediquei a comprar uma roupa nova, por exemplo. Resolvi ir ao shopping no dia 31 a tarde. Foi como se fosse aos 45 minutos do segundo tempo. Encontrei dois alunos, que são irmãos: Maria Clara e Bernardo. Eles estavam com a mãe. Como me faz bem o contato com os alunos! Eu já estava mais animada.

A noite, quando eu estava indo encontrar minha família para fazermos a ceia e comemorarmos a chegada de um novo ano, comecei a reparar na cidade. Acho que é mania de geógrafo: sempre observando a paisagem, os lugares, as pessoas....Tinha muitos anos que eu não passava o ano novo em BH..Era noite do dia 31, como já disse e a cidade estava com outra aparência. Olhei os prédios, que se localizavam no horizonte que eu conseguia alcançar com meus olhos: quantas luzes... apagadas! A cidade iluminada ao longo do ano estava escura.. Tinha um ar sombrio pois parecia uma abandono, algo como casa abandonada dos filmes de suspense ou terror. Às vezes via apenas uma janela acesa em todo o prédio que se destacava no horizonte. Eu continuava a pensar "geograficamente": a densidade demográfica da cidade, nesse momento era baixa, tinha caido drasticamente. É claro que eu sei que as pessoas costumam viajar no ano novo, eu inclusive. Mas ver a cidade escura, comprovando esse movimento migratório temporário foi fenomenal!

Beijos,

Flora